quinta-feira, 30 de maio de 2013

A outra estrada

Naquele breu inquietante da madrugada
O peregrino se aventura ao ali passar
E distraído se perde em seu caminhar
Incomodando os mortos em sua morada.

Os galhos tremulam sob a sua pisada
Ventos uivantes entorpecendo o pensar
Seus passos fugazes não saem do lugar
Sua imagem refletida a encarar, calada.

-Não tente falar e não tente caminhar.
Não há mais saída, não há mais como escapar.
Lhe disse uma sombra com voz calma e sussurrada.

-Sua alma é nossa! Lhe disse outra sombra a cantar.
As sombras riam, faziam tudo girar
Levando o tal peregrino para outra estrada.

Jessica Machado.

(27-12-12)